Este trabalho busca analisar as percepções da família acerca do acompanhamento da vida escolar de seu(s) filho(s) em vista da adoção do ensino remoto, no período de interrupção do ensino presencial, provocado pela pandemia. A investigação toma como instrumento de coleta de dados as narrativas escritas que os pais e/ou responsáveis trazem sobre o acompanhamento da vida escolar de seu(s) filho(s). A análise ao material coletado reporta para a oscilação das emoções básicas como o ponto mais desafiante relatado pelos participantes da pesquisa. Diante disso, a pesquisa trata de mapear os gatilhos que desencadearam a oscilação das emoções básicas, sendo estes: a internet, no que diz respeito a falta de conexão e a migração a outros ambientes virtuais, a ausência física do professor e a transferência do ensino-aprendizagem do ambiente escolar para o familiar. Os achados da pesquisa pressupõem que as emoções relatadas pelos participantes estão atreladas ao contexto forjado pelo isolamento social, mais especificamente, aos gatilhos desencadeados pela condição histórico-social da pandemia. Ao identificar a presença marcante das emoções desencadeadas pelo isolamento social e seu reflexo no desenvolvimento da aprendizagem, a pesquisa atesta as críticas vigotskianas a James-Lange quando concederam às emoções separadas do pensamento e da consciência. Prova disso, refere-se às estratégias de enfrentamento às oscilações das emoções utilizadas pelos participantes da pesquisa, como apoio familiar, psicológico e aulas particulares. É possível concluir que a família, ao mobilizar algumas estratégias, reconhece a influência das emoções no desenvolvimento da aprendizagem e como um processo mais amplo da formação humana.