O envelhecimento é um ciclo da vida que traz um conjunto de alterações em decorrência de fatores hormonais, físicos e psicossociais, os quais podem interferir diretamente no ganho de peso corporal. Destaca-se a redução nos níveis metabólicos, de atividades físicas diárias, disposição e vigor físico como fatores relacionados a mudanças na composição corporal observadas em pessoas idosas. Considera-se excesso de peso corporal (sobrepeso) em idosos quando o índice de massa corpórea atinge valores maiores ou superiores a 27kg/m². O objetivo deste trabalho foi avaliar a evolução do excesso de peso corporal em pessoas idosas residentes nos estados nordestinos. Trata-se de um estudo ecológico sobre a tendência da prevalência do excesso de peso corporal de idosos nordestinos, no período de 2012 a 2022, a partir de relatórios consolidados do estado nutricional do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, a cada biênio do período. Observou-se aumento percentual na prevalência média de idosos com sobrepeso entre 2012 (41,31%) e 2018 (46,6%), seguido por leve declínio em 2022 (46,16%). Todos os estados nordestinos apresentaram aumento de sobrepeso, geral e por sexo, sendo as maiores variações observadas em Alagoas (14,15%) e Sergipe (12,94%), e as menores na Bahia (1,34%) e Piauí (3,19%). Na maioria dos estados, o aumento de sobrepeso foi maior entre homens, exceto no Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Os achados podem ser justificados pelo elevado consumo de alimentos processados e ultraprocessados pela população brasileira, inclusive de idosos. Assim, é evidente o risco à saúde dos idosos nordestinos em decorrência da elevada prevalência de sobrepeso, principalmente devido à desaceleração de diversos mecanismos hormonais e metabólicos corporais. É mister o desenvolvimento de ações e medidas de saúde pública que visem a melhoria da qualidade de vida deste público, principalmente no contexto da Atenção Primária à Saúde.