O envelhecimento populacional é uma realidade à nível mundial e vem mudando o perfil da população ao longo dos anos. Esse processo de envelhecimento vem normalmente acompanhado de um declínio das funções gerais, além de outros inúmeros desafios. Dentre eles está a violência contra o idoso, considerado um problema universal, complexo e multicasual, que atinge idosos de todos os níveis sociais e provoca consequências devastadoras no âmbito físico, psicológico e relacional. Este estudo tem como objetivo descrever os casos notificados de violência física praticada contra idosos segundo características demográficas e região geográfica do Brasil, entre os anos de 2018 e 2022. Realizou-se estudo descritivo, com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Os resultados foram analisados por meio da estatística descritiva em frequências absolutas e relativas. Observou-se que a região onde ocorreu o maior número de agressões físicas aos idosos foi a região sul, seguida da sudeste, sendo as mulheres idosas as mais acometidas, e a maioria eram autodeclaradas de cor branca, seguida de parda; com ensino fundamental incompleto. O ambiente com maior número de agressões foi o ambiente doméstico; e a região brasileira com maior número de notificações de violência ocorrida nesse ambiente, assim como a ocorrência de violência de repetição, foi a região Sudeste. A violência física contra a pessoa idosa é uma questão complexa, por sua dinâmica e fatores determinantes intrinsecamente ligados ao perfil das vítimas, por serem mulheres com baixo grau de escolaridade e o local de maior ocorrência das agressões ser o ambiente em que deveriam estar mais seguras. Assim, conclui-se que, a problemática levantada nesse estudo demonstra a urgência em se identificar as reais necessidades de ordem física, psicológica e social da pessoa idosa, que possam estimular as discussões e o desenvolvimento de ações de enfrentamento e prevenção desse sério agravo.