Introdução: Na avaliação global da pessoa idosa, o estado nutricional e fatores associados, como a presença de dor e depressão geriátrica, podem levar a repercussões de caráter emocional, cognitivo, funcional e somático na saúde e qualidade de vida dessas pessoas. Objetivo: verificar a associação entre as características sociodemográficas, clínicas e demandas de saúde com o risco de desnutrição em pessoas idosas atendidas na Atenção Primária à Saúde (APS) de Natal e Santa Cruz, RN. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa, realizado no período de 2017 e 2018, com indivíduos de 60 anos atendidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos municípios de Natal e Santa Cruz. O risco de desnutrição foi avaliado pela Mini Avaliação Nutricional (MAN). Os dados foram analisados pelo software SPSS, sendo utilizado o teste qui-quadrado de Pearson para avaliar a associação entre as variáveis estudadas, considerando significância quando p<0,05. Resultados: Dos 100 participantes, o risco de desnutrição foi mais frequente nos idosos de 65 a 80 anos (90%), sexo feminino (73,3%) e com baixa escolaridade (78,9%), apresenta doenças crônicas (80,0%) e está sob uso de medicamentos (86,7%). Foi encontrada associação do risco de desnutrição com a depressão (64,4%, p=0,001) e com a presença de dores intensas (42,2%; p=0,008). Conclusão: O risco de desnutrição foi associado a depressão e presença de dores intensas. Com isso, ressalta-se a importância do monitoramento do estado nutricional da população idosa e de seus fatores associados, sobretudo na identificação do risco nutricional, tendo em vista que esse déficit pode interferir na funcionalidade e autonomia da pessoa idosa, favorecendo o agravamento de outras condições, o que requer rápida identificação e intervenção com o objetivo de manter a sua qualidade de vida.