Introdução: O envelhecimento populacional é um fenômeno progressivo que ocorre a nível mundial. As razões associadas a este rápido envelhecimento populacional são complexas, multifatoriais e distintas, podendo implicar em questões associadas à qualidade de vida (QV) e funcionalidade. Objetivo: Avaliar a associação entre QV e o risco de declínio funcional em pessoas idosas atendidas na APS. Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado com pessoas idosas com idade ? 60 anos atendidas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Natal e Santa Cruz, Rio Grande do Norte. Os dados foram coletados entre dezembro de 2017 e julho de 2018 utilizando questionário sociodemográfico, PRISMA 7 e o SF-36. Para a análise dos dados, realizada no software SPSS, foram utilizados os testes Qui-quadrado de Pearson e exato de Fisher e o Odds Ratio, considerando um nível de significância de 5%, e calculado o percentil (25/50/75). Resultados: A amostra foi composta por 100 pessoas idosas. Quanto à funcionalidade, observou-se predominância de pessoas idosas em risco de declínio funcional (56,0%). A ausência do risco de declínio funcional foi associada a pior QV no domínio físico e dimensão saúde física (p<0,001) e uma melhor QV foi associada ao risco de declínio funcional nos domínios funcional, Aspecto Físico e na Dimensão Saúde Física (p<0,015). Pessoas idosas com melhor funcionalidade apresentaram mais chances de apresentarem pior QV nos domínios funcional físico (RC = 3,6; IC95% 1,9-6,7) e funcional (RC = 3,0; IC95% 1,9-4,9). A presença do risco foi associada a uma pior QV no aspecto dor (p<0,001) e estado geral de saúde (p=0,032) quando analisado pelos percentis. Conclusão: Foi encontrada associação entre pior QV e ausência de risco de declínio funcional, demonstrando que a piora da QV antecede a perda de funcionalidade nesses indivíduos.