A pesquisa se inscreve no campo do envelhecer em ambiente urbano. O que leva a tentar compreender como é a percepção de vida de pessoas que experienciam, ao mesmo tempo, os ambientes urbanos e o avançar da idade cronológica. Assim, se tem como questão central de trabalho quais as percepções de mulheres moradoras das cidades de Belém, no Pará, e de Curitiba, no Paraná, sobre os problemas ambientais urbanos e suas influências no envelhecimento? Acredita-se na dicotomia a ser perseguida com o objetivo geral de promover reflexões qualificadas sobre problemas ambientais urbanos a partir das percepções das interlocutoras da pesquisa como forma de compreender a complexidade das experiências e vivências interseccionalizadas. O recorte da experiência feminina se dá pensando na feminização da velhice, fenômeno representado na expectativa de vida maior que a masculina. Nesse contexto, quer-se compreender as influências ambientais percebidas por mulheres, em seu envelhecer. E, como isso ocorre em cidades que estão em posições virtualmente opostas em rankings relacionados ao saneamento básico, como, por exemplo, Belém, capital do Pará, e Curitiba, capital do Paraná. Uma ao Norte e uma ao Sul, que podem deixar ver estruturas dicotômicas a remeter às respectivas histórias de formação. Metodologia: entrevistas em profundidade com o total de 6 (seis) mulheres, utilizando a técnica história de vida, com registros em áudio e a Análise Temática (AT) como método para busca por padrões de fala, temáticas e sentidos produzidos. Resultados indicam mobilidade e limpeza das cidades como percepções (categorias) centrais relacionadas a qualidade de vida no envelhecimento, principalmente a partir de suas ausências e falhas, além da poluição sonora, podendo acarretar problemas ao sono ou ao sossego, entre outras problemáticas relacionadas ao meio ambiente urbano e a experiência feminina dentro de fora do ambiente doméstico.