O desinteresse dos estudantes pode ser resultado do modelo educacional tradicional predominante nas escolas. A inovação no ensino de ciências vai além das experimentações, e as histórias em quadrinhos (HQs) surgem como recursos valiosos para construir conhecimento científico. Elas estimulam habilidades analíticas, interpretativas e reflexivas, além de fomentar a criatividade (CALAZANS, 2005). As HQs, que abordam temas cotidianos, estão sendo utilizadas como recursos didáticos em várias disciplinas, indo além de Língua Portuguesa e Artes, também sendo aplicadas nas exatas e ciências da natureza (RIBEIRO, 2013). Um exemplo notável é o uso das HQs do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (HQ SPE), resultado de uma colaboração entre Ministério da Saúde, Ministério da Educação, UNESCO e UNICEF. Essas HQs abordam tópicos sensíveis, como adolescência, gênero, diversidade sexual, direitos sexuais e reprodutivos, HIV/AIDS e drogas. Elas oferecem uma abordagem moderna, promovendo reflexão, aprendizado e crítica de forma envolvente, lidando com dilemas da juventude, estigma e preconceito de maneira lúdica (HQ/PSE 2010). O estudo envolveu a realização de oficinas para facilitar a compreensão dos conteúdos em sala de aula. Cada oficina tinha um objetivo, duração, materiais e questões geradoras de debates. A abordagem participativa visava incorporar valores para melhorar a autoestima dos adolescentes. Foram explorados conceitos de reprodução, sistemas reprodutores, métodos contraceptivos, DSTs/AIDS, gravidez na adolescência, entre outros. As atividades incluíram debates, construção de cenas, identificação de sentimentos dos personagens e elaboração de folhetos informativos sobre prevenção do HIV e DSTs. As oficinas proporcionaram um espaço de troca de experiências, incentivaram a reflexão sobre valores e a construção de atitudes respeitosas. Conclui-se que essas atividades possibilitaram a discussão aberta da sexualidade, promoveram mudanças de atitudes e incentivaram o amadurecimento dos participantes.