Uma educação contextualizada é importante para uma comunidade escolar, principalmente para uma semiárida nordestina, uma vez que acolhe tanto o ensino científico programático quanto as experiências e saberes de uma terra. Isto posto, analisando o bairro Girassol da cidade de Pau dos Ferros-RN, esta terra é atravessada pelos estigmas da violência, da criminalidade e da pobreza, nos quais afugentam as pessoas de forma fatalista, dado que reflete no comportamento da comunidade escolar de uma escola da rede pública municipal de ensino fundamental maior, uma vez que a maioria dos alunos desta instituição pertencem a este bairro. Desse modo, o objetivo deste trabalho é a discussão da percepção e da identidade de uma comunidade escolar do município de Pau dos Ferros-RN. Portanto, o presente trabalho se trata de um relato de experiência, construído a partir de um estudo exploratório de caráter qualitativo com a acumulação de dados a partir de uma observação assistemática e participante. Destarte, observou-se que os alunos do turno vespertino possuem vergonha de dizerem onde residem, mas que picham nas paredes e nas carteiras a realidade que vivenciam. Notou-se, o fatalismo quando estes discentes se conformam com a violência que recebem e que perpetuam. Verificou-se, a criminalização da pobreza, principalmente por parte dos docentes que optavam pela não vinculação com os discentes. Bem como, foi identificada a desistência dos responsáveis destes discentes para com a escola, visto que ambos estagnavam na troca de acusações, um reflexo do fracasso escolar. Nesse sentido, ressalta-se a importância de uma educação plural, que incentive as pessoas a enxergar as potencialidades do seu ser, do conhecimento do seu povo e da sua terra.