O artigo analisa a conjuntura do trabalho do ponto de vista sociólogo, trazendo como principal categoria, a ocupação feminina à frente ao trabalho doméstico remunerado. A proposta teórica metodológica parte do levantamento bibliográfico de referenciais teóricos, como artigos, livros e dados extraídos do DIEESE, a partir de um viés patriarcalista, sexista e de exploração-dominação. A divisão sexual do trabalho por sua vez, constitui-se historicamente como uma forma de vincular e de controlar os corpos das mulheres dentro da esfera privada. Essa distinção, não só separa e hierarquiza, como confere valor inferior ao trabalho desenvolvido pelas mulheres. Como resultado, pode-se afirmar, que mesmo apesar da aprovação da PEC das Domésticas em 2013 e dos avanços feministas ao longo dos séculos, a percepção do trabalho doméstico ainda continua sendo um papel obrigatoriamente feminino, precarizado e bastante invisibilizado socialmente, resultando em intensas jornadas de trabalho, desigualdades salariais e problemas relacionados à saúde física e mental. Os efeitos sobre o emprego e os rendimentos provocados pela crise sanitária da covid-19 a partir de 2020, mostram o quanto essa categoria foi atingida, especialmente no caso do trabalho doméstico remunerado, em função da necessidade de isolamento social. Um grande exemplo que ocorreu no Brasil, foi o primeiro caso de óbito causado pela covid-19 no estado do Rio de Janeiro, sendo de uma trabalhadora doméstica remunerada, que contraiu o vírus de sua patroa recém-chegada de uma viagem à Itália. A conjuntura da pandemia trouxe também o desemprego as trabalhadoras domésticas, em função da crise econômica que se instalou e obrigou muitas famílias que as contratavam a demiti-las para reduzir despesas. Com isso, a ocupação das trabalhadoras domésticas tem a marca profunda da discriminação, com a qual a sociedade patriarcal define a vida das mulheres, marcado por altos níveis de informalidade, baixos salários e desproteção social e sindical.