Este trabalho é um recorte do projeto de pesquisa Literatura Infantil Negra: debatendo a cor do silêncio na sala de aula desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Ensino e Linguagem – GPEL (CNPq/UFRN). Para esse artigo traçamos como objetivo refletir sobre a contribuição da leitura do reconto africano de Celso Sisto, A História de Tamgalimlibo, para a valorização da herança cultural dos povos negros, com professores em formação inicial, de maneira a estabelecer vetores para uma educação antirracista. Esta pesquisa se insere na vertente da pesquisa de natureza qualitativa. Foram participantes desta pesquisa 52 estudantes do componente curricular Teoria e Prática da Literatura II, do curso de Pedagogia na modalidade presencial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Devido ao momento pandêmico, o componente foi ofertado no primeiro semestre de 2021, de forma remota, com o auxílio da plataforma Google Meet. O planejamento e a implementação da sessão de leitura do reconto em análise neste artigo seguiram a metodologia da andaimagem (Scaffolding Reading Experiences) de Graves e Graves (1995). Para respaldo do nosso trabalho recorremos como referencial teórico aos estudos de Amarilha (2006), Sisto (2012), e Jauss (1979). Fanon (2017); Almeida (2020); Sisto (2011); Campos (2016); Gomes; Jesus (2013) e Hall (2019). Como resultados, apontamos que a leitura de Literatura Infantil Negra incentiva os leitores a observar, no contexto do texto literário, valores culturais e afro-civilizatórios que se aproximam e divergem dos seus com respeito, entendendo que os preconceitos enraizados na personalidade dos brasileiros implicam em mudança conceitual do que sejam culturas diferentes. Ao professor mediador cabe lançar desafios para que os estudantes leitores ampliem e/ou reformulem suas concepções prévias incentivando-os a pesquisar, debater, trocar ideias, argumentar com base em dados e novas proposições que surjam no contexto da vida na escola.