Não são apenas condições objetivas, como a violência policial contra negros ou os recentes crimes praticados contra pessoas negras que favorecem a sua manutenção e muitas vezes, reforçam a prática do racismo. O estudo do racismo precisa estar vinculado a um constructo histórico, econômico e social. Por isso, este trabalho tem por objetivo identificar ideologias presentes nas principais teorias da gestão administrativa tradicional, bem como nas técnicas que permeiam o pensamento administrativo, até os dias de hoje, que possam ter contribuído para silenciar ou tornar invisível o racismo, ao normalizarem práticas de gestão que reforçam a estrutura de desigualdade racial. A orientação metodológica e a forma pela qual desenvolveu-se este estudo teórico deveria conter referências conceituais, teóricas e metodológicas de obras nas quais se estudam o surgimento e o desenvolvimento do racismo, mas não foram encontradas bibliografias que relacionem as teorias da gestão tradicional e o racismo. Por isso, considerou-se as contribuições de autores clássicos importantes para discutir e comprovar a ideia central deste trabalho. O enfoque dado a este estudo não pretende desprezar e nem esquecer condições particulares de cada um dos campos explorados neste artigo, sendo assim, a análise de condições particulares em que o racismo e o capitalismo foram constituídos e se desenvolveram não é o cerne deste trabalho.