O presente trabalho é fruto das inquietações que reverberaram a partir do Clube de leitura Ubuntu(IF Matão/SP) desenvolvido virtualmente na E. M. José de Anchieta (Queimados -baixada fluminense do Rio de Janeiro), por ocasião da pandemia de covid 19. Desta experiência, iniciamos a proposta de leitura literária de autoria negrobrasileira, a fim de percebermos como e quais desdobramentos seriam possíveis após o convênio da prefeitura local com a Árvore do livro e a dinamização do Coletivo Mulheres do ler. Considerar a escrevivência como método, isto é, como maneira de ler, se ler e se inscrever no mundo com os seus, é um chamamento para que todas e todos tenham as suas escritas-vida marcadas na sociedade e com elas possam reescrever suas histórias. Na perspectiva freireana de educação como prática da liberdade e bellhookiana de ensinar a transgredir,é o nosso desejo que os nossos alunos e alunas , juntamente com quem mais trouxer o seu fio para a nossa teia, construam um movimento de escrevivências que fortaleça a autoestima e rompa progressivamente com o modelo societário excludente no qual estamos inseridos. Para tanto, reunimos ao longo do ano alguns relatos que demonstram a voz dos sujeitos que dialogam conosco, tais como formação do clube de mães leitoras e do subprojeto Ninguém fica de fora desta escola que trabalha na perspectiva da diminuição da evasão e do incentivo à permanência, tendo em vista que até mesmo os alunos e alunas hospitalizados e ou ausentes por condições especiais, podem acessar os livros e tecerem juntos uma colcha de leituras.