O artigo tem como objetivo geral analisar pontos de encontros teórico-práticos entre a decolonialidade, interculturalidade crítica e os saberes sobre as ervas medicinais. Metodologicamente, o trabalho trata-se de um estudo teórico da literatura, tendo como base teórica os/as seguintes autores e autora, como: Catherine Walsh (2012), Luciana Balestrin (2013); Miguel Arroyo (2014); Ivanilde Apoluceno (2016); Sacavino e Candau (2020); Ailton Krenak (2023); Henrique Leroy (2022); Arias (2010); Zulma Palermo (2019); Albuquerque (2014), dentre outros. Nota-se em meio aos diálogos com os teóricos que a perspectiva decolonial está profundamente ligada a interculturalidade crítica. E nesse encontro dessas duas perspectivas é possível analisar os saberes sobre as ervas medicinais de modo dialógico, respeitando as ancestralidades e memórias que constituem esses conhecimentos. Percebendo esses saberes culturais traduzidas em práticas pedagógicas do cotidiano, que estão embrenhadas em diversas culturas devido ao processo histórico de colonização. De modo que muitos dos saberes que são vinculados às plantas medicinais na Amazônia Paraense se fundamentam de relações interculturais, envolvendo tradição intergeracional e as necessidades básicas de povos e comunidades em vulnerabilidade social. Fazendo notar que em sua maioria as pessoas que produzem esses saberes são pessoas negras e empobrecidas, cujos saberes são invisibilizados, precisando de uma maior valorização