A presente pesquisa tem como objetivo analisar a construção discursiva anticomunista a partir de uma análise intersemiótica comparativa da graphic novel Superman – Red Son (2003), de Mark Millar, e a adaptação cinematográfica homônima, de 2019. A metodologia utilizada será a Teoria Semiótica Greimasiana, à luz dos estudos de Barros (2005), a modo de investigar os signos, símbolos e imagens utilizados nos corpora para transmitir mensagens anticomunistas. A fundamentação teórica ficará à cargo de Eagleton (2011), Hall (2016) e Williams (2007), sobre cultura e suas definições; sobre a influência das transnacionais nos hábitos de consumo da Geração X, os estudos de Klein (2002) e Zuboff (2021) nortearão os apontamentos; acerca do realismo capitalista e os mecanismos de controle por meio do consumo de mídias, serão consideradas as arguições de Bauman (2022), Bucci (2021) e Fisher (2020). Como resultados, obteve-se que a adaptação de Sam Liu da obra de Mark Millar é fiel nos mecanismos de disseminação das ideias traduzidas em imagens de teor anticomunista, respondendo ao exercício de imaginação coletivo de “e se o Superman tivesse caído na União Soviética e não nos Estados Unidos?”. O Superman enquanto figura emblemática do capitalismo tem a sua imagem subvertida em um ideal comunista sob a ótica capitalista: supostos extermínios realizados em nome da causa comunista e ocultos sob sigilo máximo; inserção de ansiolíticos na água da população soviética como mecanismo de controle do povo; Gulags sob controle do Estado como meio de silenciar os indivíduos contrários ao governo; a construção da imagem do governo estadunidense como contido e beligerante na Guerra Fria, quando os fatos históricos convencem do contrário. A representação do comunismo por estadunidenses, é claro, resultou em uma mídia enviesada, que usa de artifícios narrativos para apresentar um conteúdo tendencioso e anticomunista. Como considerações finais, apontamos que a representação do Superman como uma arma letal manipulada pelo Estado não é apenas enviesada quanto inverossímil, pois o governo estadunidense seria muito mais rápido em dominar uma força da natureza como o Superman, além de ser uma representação caricata da União Soviética.