O cangaço foi um movimento social, ocorrido entre o século XIX e XX, formado por uma parcela populacional inserida na região do Nordeste insatisfeita com as políticas públicas que atingissem a esses indivíduos subalternizados. Partindo desse pressuposto, intencionamos apresentar discussões sobre este contexto e o movimento social, a partir de leitura da historiografia regional e as maneiras como a mesma salientou o cangaço. Ainda assim, articular tais discussões as análises em torno de duas obras de histórias em quadrinhos, "Lampião… era o cavalo do tempo atrás da besta da vida" de Klévisson Viana e “Lampião” de Carlo Eduardo e Heitor Amatsu, observando como estes autores apresentam e representam o cangaço e os símbolos construídos em torno destes em suas produções. Consideramos, as histórias em quadrinhos uma rica linguagem no sentido de propiciar os processos de ensino e aprendizagem. Como aporte teórico utilizamos algumas referências, sendo elas: José de Assunção Barros (2020), Caroline Lima (2010), Marcos Clemente (2013), Chartier (2002), Bronislaw Baczko (1985) e Durval Muniz (1999). Como metodologia, adotamos pesquisa historiográfica e qualitativa, visto que, será analisada a obra literária dialogando com as consequências da perpetuação dos símbolos do cangaço para a construção do imaginário social. No que se direciona os resultados principais, percebe-se que as produções literárias, assim como outros meios midiáticos, contribuem para a construção do imaginário social. Além disso, é perceptível a intenção do criador com suas ideologias nas obras, favorecendo para a existência das dicotomias nas representações do cangaço: o bem e o mal.