Este artigo apresenta uma abordagem sobre educar para a ética da ciranda, no contexto de uma sociedade ensimesmada da qual emerge e se potencializa a cultura da indiferença. A temática, portanto, instiga pensar o homem, um ser gregário que, ao se articular na coletividade, deve mover-se pelas ações colaborativas, em vista da manutenção da vida. Para tanto, é preciso a construção de hábitos, os quais ajudem a romper as práticas egocêntricas. Assim sendo, a escola, tal como laboratório de vida, deverá constituir-se cada vez mais um espaço onde atividades entre os pares devam ser estimuladas tendo como finalidade formar para a parceria. Nesse cenário, o professor partirá dos problemas sociais existentes, motivando assim, os educandos, sejam crianças, jovens, adultos ou idosos, à construção de resoluções criativas. Por isso, nesse itinerário reflexivo encontra-se a figura de Padre Francisco Canindé dos Santos, como protótipo de educador, que educou valendo-se do princípio da cooperação, tendo como mola propulsora de seu trabalho o bem comum. Contudo, sua missão não se restringiu à sala de aula, foi propagada a todos os âmbitos da sociedade do Ass u, no estado do Rio Grande do Norte/RN. Ademais, este artigo de cunho histórico-bibliográfico-descritivo, fundamenta-se nas ciências da complexidade que assume o método como uma estratégia para o bem pensar, tomando como interlocutores teóricos Aristóteles, Hannah Arendt, Paulo Freire, Edgar Morin, Richard Sennett, Zygmunt Bauman, Papa Francisco, Tállison Ferreira da Silva e Ailton Krenak.