No brincar de faz de conta a criança é a protagonista. Ela cria a situação imaginária e dita as regras, o tempo e o ritmo. Por não apresentar um produto ou não ser dirigido pelos adultos, muitas vezes esse brincar é desconsiderado nas práticas cotidianas nas instituições escolares, sobretudo no Ensino Fundamental. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo refletir sobre a importância do brincar de faz de conta com elementos da cultura regional, para o desenvolvimento das crianças dos anos iniciais do ensino fundamental. Sustentam a pesquisa os estudos do brincar de Kishimoto (2011; 2014) e Brougère (2000), bem como a Sociologia da Infância de Corsaro (2005; 2011) e Sarmento (2002) e a perspectiva de Arroyo (2013) que critica a organização do currículo dos anos iniciais do ensino fundamental, por não respeitar os tempos de infâncias e suas especificidades, dentre outros. Trata-se de pesquisa qualitativa, com revisão bibliográfica e pesquisa de campo que contou com observação participante no âmbito da Semana Mundial do Brincar realizada em uma escola municipal da zona urbana da cidade de Imperatriz-MA. A proposição da atividade deu-se na articulação e diálogo entre as disciplinas de Arte, Teorias do Currículo, História e Geografia e o Projeto PIBID em desenvolvimento na parceria entre a universidade e uma instituição de ensino da educação básica. Usou-se como instrumentos: fotografias, áudios, vídeos e anotações em diário de campo sobre as brincadeiras das crianças nos espaços de brincar “Casinhas das Infâncias” (representações de moradias sertaneja e indígena). As crianças se interessam e demonstram possuir diversos saberes sobre os elementos da cultura de sua região, que incluem as influências dos povos indígenas e sertanejos. Brincar com elementos domésticos e do cotidiano são uma oportunidade de representar o real e reproduzir de forma interpretativa a cultura.