O presente artigo consiste em uma pesquisa bibliográfica, que busca analisar os aspectos internos e eternos de quatro contos escritos pela brasileira Natália Borges Polesso, sendo eles “Flor, flores, ferro retorcido; Vó, a senhora é’ lésbica?; Diáspora lésbica e Marília acorda”, todos parte do livro Amora, publicado em 2015. Nas narrativas, será observado como se manifesta o Continuum lésbico, conceito abordado principalmente sob a perspectiva de Adrienne Rich (2012). A autora traz esse conceito para nomear a rede de apoio e troca de experiências que apenas mulheres conseguem compartilhar entre si, em vários estágios da vida. Tal ideia é levantada por Rich (2012) como contraponto à heterossexualidade compulsória, que coloca o homem como figura central de poder em todas as esferas sociais. Além disso, pretende-se também analisar o desenvolvimento do amor lésbico e as diversas representações de personagens lésbicas em diferentes fases da vida. Em adição à da teoria já mencionada de Rich (2012), o projeto se baseia nas teorias de gênero e nas discussões sobre Feminismo, centralizadas no Feminismo Lésbico, de Judith Butler (2016) e Monique Wittig (1980), além da Teoria Queer proposta por Miskolci (2017). É possível exemplificar, através da análise dos contos, como a existência lésbica se manifesta naturalmente em momentos distintos da existência humana, sendo em si própria uma forma de resistência à compulsoriesdade das vivências heterossexuais que privilegiam os homens.