A atenção psicológica, nas mais variadas modalidades, consiste em práticas que visam a saúde, o desenvolvimento social, emocional, intelectual e o bem-estar das pessoas, tendo enquanto ferramenta principal a comunicação, em especial a linguagem oral. Mesmo com todos os avanços da sociedade no que diz respeito aos direitos da pessoa com deficiência, ainda é possível observar desafios quanto à assistência psicológica brasileira para esse público, sobretudo para pessoas surdas. Não se comunicar verbalmente através da linguagem oral não significa estar isento do sofrimento psíquico ou dos desafios cotidianos ao longo da vida, seja no ambiente familiar, social ou escolar e isto não deveria impossibilitar o acesso à assistência psicológica em nenhum espaço. É necessário então um alerta para que se tenham profissionais capacitados e qualificados para atender a este e outros públicos. Especificamente no âmbito escolar é fundamental que o processo de inclusão aconteça de forma genuína e que os profissionais de Psicologia estejam preparados para acolher e intervir com essas demandas. Nesse sentido, para conhecer o panorama de como a psicologia tem pensado ferramentas e intervenções na atenção psicológica a pessoas surdas, tanto nas escolas como na psicoterapia, foi realizada uma revisão narrativa da literatura. A partir do levantamento das produções, verificou-se uma carência na formação em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) nos cursos de Psicologia, além da escassez de menções sobre experiências com esse grupo ao longo das formações em Psicologia, de modo que os profissionais, frequentemente, consideram-se não preparados para assistir à comunidade surda, sendo necessário, por vezes, que o atendimento seja intermediado por um intérprete, o que vai contra os limites éticos da categoria, visto que é essencial a garantia do sigilo na relação Psicólogo – paciente, previsto pelo código de Ética profissional do Psicólogo.