Teorias construtivistas apontam que a empatia se desenvolve ao longo do desenvolvimento cognitivo do sujeito, de modo que na fase adulta, espera - se que os indivíduos alcancem níveis mais elevados dessa habilidade emocional. É extensa a literatura acerca da presença de índices elevados de empatia e os benefícios para o ensino-aprendizagem, para as interações sociais, regulação emocional e redução de práticas agressivas no âmbito escolar. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é analisar se níveis de empatia aumentam com o avanço da escolaridade. Assim, participaram do estudo 107 adultos, sendo 31 estudantes de pós-graduação e 76 participantes com pós-graduação completa, com idades variando de 18 a 70 anos, de todas as regiões do Brasil. Para coletar os dados foi utilizada uma escala focada nos aspectos afetivos e cognitivos da empatia e um questionário sociodemográfico. A análise dos dados foi realizada no programa StatisticalPackageSocial Science (SPSS), o grau de significância adotado foi de p≤0,05. Os resultados mostraram diferenças estatisticamente significativas com relação a empatia afetiva [F(6;299)= 2,11; p=0,05] de estudantes de pós-graduação (M= 32,1; DP= 2,7) e participantes com pós-graduação completa (M= 29,7; DP= 3,5), assim como uma tendência a diferenças significativas na empatia cognitiva [F(6;299)=1,98; p=0,06] de estudantes de pós-graduação (M= 26,8; DP= 2,5) e participantes com pós-graduação completa (M= 24,5; DP= 3,1). A interpretação desses dados revela o oposto do esperado, visto que os níveis empatia (afetiva e cognitiva) diminuíram com o avanço da escolaridade, o que denota a relevância de investir em educação emocional ao longo de todo o cenário educativo. Ressalta-se que outras análises precisam ser realizadas, considerando que outras variáveis sociodemográficas podem estar contribuindo com as diferenças encontradas.