Resumo
A formação docente no contexto da diversidade pode contribuir para discussão e ressignificação curricular, pois os cursos de formação inicial e continuada se constituem como elemento potencializador de práticas educativas dialógicas, que reconheçam os sujeitos diversos (ARROYO, 2008) no âmbito escolar e, sobretudo, que produzam novos saberes, concepções e práticas. A escola, por ser um espaço diverso, convida-nos a refletir sobre o reconhecimento e a valorização das diferenças. Entretanto, essa discussão tem se pautado por uma perspectiva retórica em vários âmbitos institucionais, midiáticos e nos documentos oficiais, frequentemente desprovida de questionamentos sobre as estruturas de poder. Sendo assim, é necessário que a abordagem da diversidade na educação se efetive mediante a problematização dessas estruturas que, segundo nosso entendimento, estão na base da invisibilidade dos diversos coletivos (ABRAMOWICZ, RODRIGUES, 2011; FREIRE, 2013). Partindo desse pressuposto, faz-se necessário romper com concepções excludentes, disseminadas nas nossas políticas curriculares, a exemplo da Base Nacional Comum Curricular - BNCC, que estabelece como legítimo e socialmente aceitável a disseminação de um padrão único de conhecimento e de cultura, desconsiderando a pluralidade de sujeitos e suas singularidades. Este trabalho é parte de uma revisão bibliográfica que objetiva identificar concepções de diversidade no processo da formação do professor. Evidencia como a predominância de uma abordagem universalista na literatura e nos documentos oficiais contribui para o silenciamento dos sujeitos diversos.
Diversidade, BNCC, formação docente, práticas educativas