A Arte tem seu lugar garantido nos currículos da Educação Básica desde a promulgação da Lei 9.394/96. Nesse componente curricular começam a se destacar projetos de trabalho fundamentados na Cultura Visual, campo de estudo que vem se configurando, desde a década de 1980, entre as fronteiras das Artes e Ciências Humanas. Este artigo apresenta um projeto de trabalho realizado pelo Grupo de Pesquisa em Ensino das Artes Visuais (GPEAV), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em colaboração com uma escola da rede pública de ensino do estado da Paraíba, em uma das ações de formação continuada promovida pelo GPEAV. Trata-se de um projeto desenvolvido no componente curricular Arte, com docente e discentes do sexto ano do Ensino Fundamental, na cidade de João Pessoa. Procurou-se conhecer os imaginários visuais dos estudantes, identificar as imagens presentes em seus cotidianos, observando como os estudantes se relacionam com seus artefatos visuais preferidos e se estes podem favorecer determinadas visões de mundo. A mediação pedagógica priorizou a conversa cultural e o entendimento de que discentes não apenas consomem imagens, mas são, também, produtores culturais. Para fazer circular as imagens e textos produzidos pelos participantes os mesmos organizaram a Revista Criação na Escola. Os resultados deste projeto indicam que os estudantes constroem seus modos de ver o mundo, a si mesmos e ser nesse mundo com os outros, predominantemente por meio da televisão e a relação com diversos artefatos visuais, que incluem desde os desenhos animados a filmes de terror. A preferência pelos artefatos visuais apresenta diferenças em relação ao gênero, pois o feminino indica produtos como telenovela, programas de culinária, torneios de artes marciais mistas e não menciona os videojogos, preferidos pelo gênero masculino.