: Este texto é parte de um estudo que analisou as relações entre os processos de Emergências Étnica quilombola no rio Andirá, quilombo Matupiri, Barreirinha-AM, com destaque para a participação da escola Santa Tereza em tal processo. Essa emergência se configura a partir de uma construção da memória ancestral do cativeiro que se materializa nas inúmeras festas populares com intenso envolvimento da escola local. Situada no âmbito da História Cultural, foi pautada procedimentos da História Oral temática, onde as memórias dos sujeitos da escola registradas em áudio, transcritas, textualizadas e analisadas num diálogo com outras fontes, a exemplo de três monografias de conclusão de curso, relatórios e arquivos da escola, e de pesquisa de Iniciação Científica. Há forte participação da escola local nas festas, que varia entre os sujeitos da escola local (alunos – professores – serviços gerais) que remetem para uma construção da Identidade Coletiva quilombola no Matupiri. A escola pode aparecer na organização, ou apenas colaborando e contribuindo como financeiramente, como a venda de bingos, com os brincantes das danças populares. Além de contribuir nos ensaios das crianças e incentivar as mesmas a participação, inclusive adequando o calendário escolar a essa festas. A participação da escola no processo da construção coletiva da Identidade Étnica quilombola nas festas vem indicando que há um horizonte para construção de uma futura educação escolar quilombola no Matupiri, como exigem as determinações legais para essas comunidades que tem direito a uma Educação escolar com currículo adequado as suas práticas socioculturais e processos históricos.