A escola é um espaço fundamental para a socialização entre as crianças ao longo do seu desenvolvimento. Nesse meio, a educação emocional funciona como promotora das relações sociais e das capacidades de cooperação entre os estudantes, além de melhorar a qualidade de vida e o processo de ensino-aprendizagem, ao conduzir o equilíbrio entre os aspectos cognitivos e afetivos dos educandos. Dentre esses aspectos emocionais, tem-se a raiva que, conforme preconiza Buss e Perry, se refere ao componente afetivo que gera agressão. Considerando que esta é um entrave para a educação atual, buscar maneiras de reduzir a raiva nos anos iniciais do desenvolvimento infantil seria uma forma de prevenir futuras agressões. Tendo isso em vista, o objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta de intervenção para o desenvolvimento emocional, focada na redução da raiva, baseada na técnica afetivadiscursiva-comportamental formulada por Dutra, Galvão e Camino. Para tanto, a intervenção foi planejada para ser realizada com crianças do Ensino Fundamental I, com idades de 7 a 10 anos. De acordo com a técnica, a intervenção foi dividida para ser executada em 4 etapas: 1) aquecimento: teatro de fantoches mostrando como a raiva pode ser expressada em sala de aula; 2) dramatização: uso das técnicas psicodramáticas “câmera lenta” e “congelar”; 3) compartilhamento e discussão: roda de conversa com questões norteadoras acerca do que foi vivenciado; 4) comportamento pró-social: apresentação e distribuição do emocionômetro. Após esse delineamento, o modelo foi apresentado na disciplina Psicologia Escolar como possibilidade de aplicação no âmbito educacional. Os resultados evidenciaram que a intervenção segue os preceitos da técnica e pode fornecer subsídios para o trabalho em habilidades emocionais com escolares. Acredita-se que essa proposta pode fomentar a prevenção de práticas agressivas induzidas pela raiva, sendo assim, uma contribuição para tornar a escola um lugar harmônico e propulsor de condutas empáticas.