Tendo como ponto inicial a personagem “transgressora” Capitu da obra de Machado de Assis, Dom Casmurro. Analisaremos se Capitu foi mesmo adúltera, ou se foi vítima do ciúme doentio de um marido que a amava, estando este inserido em uma sociedade patriarcal onde a mulher é colocada em uma posição de inferioridade. Machado de Assis é sem dúvida um dos maiores escritores da literatura brasileira, deve ser por isso que é um dos mais estudados. Criou personagens como Dom Casmurro, romance que pertence à segunda fase Machadiana, ganhou vários artigos, trabalhos e títulos, principalmente no que diz respeito à questão da culpa ou não de Capitu. Partindo desse pressuposto, dessa ambiguidade que foi fixada em cada leitor, analisaremos o comportamento da personagem, não através do olhar de um narrador que tem uma visão machista, mas a partir de um olhar que capte a alma da mulher. Estudaremos até que ponto a personagem foi sujeita a um sistema ético e moral de uma sociedade que tinha o homem como centro e a mulher como ser passivo. Durante a narração de todo o romance percebemos que o discurso de Bentinho não é neutro, o mesmo apresenta partes que são capazes de controlar os meios de representações. Deste modo, Dom Casmurro é uma obra construída e baseada na visão de uma única pessoa e este com sua visão masculina, coloca a mulher numa posição de submissão e a propaga numa imagem de objeto.