Neste estudo apresento os resultados da pesquisa em História da Educação problematizando a luta arquitetada por mães pretas na Bahia pelo acesso à escolarização dos filhos. Contextualiza-se o cenário da região de Ilhéus, as ofertas de cadeiras de primeiras letras destacando-se a luta de uma família de africanos para que o filho crioulo permanecesse na escola. A relação entre escravidão, liberdade e o protagonismo feminino desvela os mecanismos da urdidura das mães à escolarização formal seja por suas economias ou pelos contratos de soldada no Brasil Imperial, particularmente após a promulgação da Lei do Ventre Livre em 1871 mediante a ausência do Estado. Utilizamos a metodologia de natureza bibliográfica e documental tendo como fonte os processos cíveis e correspondências no APEB- Arquivo Público do Estado da Bahia e dos jornais digitalizados na HDBN – Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. Nestes discursos e das análises realizadas, os resultados apontam para existência de uma série de lutas individuais de mães oriundas do sistema escravista que entendiam a educação como uma invenção da liberdade.