O presente estudo expõe um recorte de um projeto de extensão em andamento, intitulado: “Cinema e Ensino de História: O Audiovisual Brasileiro na Sala de Aula”, sendo financiado pela Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL). Esta proposta tem como principal objetivo utilizar-se da cinematografia como um espaço de debate e problematização na sala de aula, proporcionando uma experiência crítica e sensível que verse acerca, tanto de questões relacionadas ao conhecimento histórico, quanto ao que diz respeito a tópicos transversais fundamentais para a formação da consciência histórica (RÜSEN, 2001; 2007). Diante disso, justifica-se esta iniciativa por sua perspectiva interdisciplinar e transversal diante o processo de ensino-aprendizagem, em que pauta-se o audiovisual como objeto de crítica e reflexão, propondo também transpor a barreira entre os saberes produzidos pela universidade e o espaço escolar. O projeto de extensão está sendo desenvolvido no Centro Educacional Graça Aranha, localizado em Imperatriz-MA, tendo como público alvo alunos da educação básica entre o 1° e o 3° ano do ensino médio. Os debates ocorrem duas vezes ao mês no formato de aula-oficina em que, partindo dos pressupostos teóricos de Carmo (2003), Napolitano (2003), Nascimento (2008) e Barca (2004), após o filme, tem-se o momento de problematização e debate de aspectos históricos e representacionais da obra fílmica escolhida, buscando relacionar os elementos ficcionais da sétima arte com o universo dos alunos. Nesse sentido, o ambiente escolar é pensado como ponto de partida para que se tenha uma nova relação com o passado, em que por meio de uma ponte interdisciplinar com a arte cinematográfica, constrói-se uma prática educacional lúdica e inquietadora, tornando o saber histórico mais dinâmico e plural, além de uma mera reprodução, performando a formação de uma consciência histórica emancipatória (FREIRE, 1996).