O presente estudo está vinculado ao Grupo de Pesquisa ELOS, do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e tem como objetivo compreender como a Educação Socioemocional prevista pelas Políticas Públicas Educacionais pode contribuir com a cultural da não-violência em áreas de extrema violência armada e vulnerabilidade social. A pesquisa nasce a partir de uma das áreas estudada na tese intitulada “Narrativas (Auto)biográficas com professoras sobre as violências e a educação para a Humanização: ‘foi um rio que passou em minha vida’. Uma das professoras colaboradora do estudo destacou o desafio de educar, a partir da perspectiva da Educação Socioemocional, como orienta a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018) quando se vive na mira dos tiros que eclodem o tempo todo. Desenvolveu-se uma pesquisa de abordagem qualitativa a partir de uma revisão da literatura e dos documentos oficiais que versam sobre a temática em estudo. Pautou-se no seguinte aporte teórico: Cerqueira (2022); Arendt (2022); Adorno (1995); Charlot (2020); Chauí (2017); dentre outros. Como resultado constatou-se o entendimento mútuo que a violência armada além de comprometer o processo ensino-aprendizagem ainda fomenta a cultura da violência distanciando o sentido efetivo da proteção infanto-juvenil como está previsto nas legislações nacionais. Fato que favorece o esvaziamento da Educação Socioemocional atrelado aos Direitos Humanos e ao reconhecimento de si e do outro. Os estudantes na mira do tiro tendem a apresentar maior desatenção, dificuldade de aprendizagem, insegurança, medo e pânico. A rotina diária da violência impacta o processo ensino-aprendizagem, o emocional e os aspectos socioeconômicos dos estudantes a curto e longo prazo. Isto porque as escolas de áreas de extrema violência tendem apresentar índices qualitativos considerados baixos pelos indicadores de qualidade da educação. Outro elemento negativo é a questão do rodízio de professores, um dos agravantes deste cenário.