A reestruturação do Ensino Médio, ocorrida pela modificação na Lei de Diretrizes Básicas da Educação em 2017, provocou mudanças contundentes nesta etapa de ensino, tendo sua implementação efetivada em todo território nacional em 2022. A proposta que visa flexibilizar a oferta de disciplinas e diversificar as práticas educacionais, com o intuito de atender ao panorama social, ao mercado de trabalho e a conjuntura tecnológica na qual estamos inseridos, tem recebido críticas e ressalvas a respeito das disparidades com a realidade na formação dos trabalhadores em educação e na infraestrutura das instituições públicas. A educação na perspectiva da inclusão tem ganhado notoriedade no campo das discussões políticas e acadêmicas nos últimos anos, oportunizando acesso e permanência dos estudantes com deficiência nas escolas, permitindo assim que as lacunas historicamente estabelecidas possam ser amenizadas. O que concerne a oferta de escolarização, nesta concepção contemporânea, é importante considerarmos se os documentos norteadores como a Base Nacional Comum Curricular e o Currículo de Pernambuco - Ensino Médio contemplam, seja nos fundamentos pedagógicos ou na grade curricular, os discentes com deficiência, a fim de garantir uma escola diversa, equitativa e integral. Requisitos esses atendidos no arcabouço teórico dos referenciais consultados, porém não na disponibilidade efetiva de disciplinas que se debrucem ao debate e reflexão sobre o universo do público-alvo da educação inclusiva, nem apontam estratégias pedagógicas específicas que visem o atendimento com qualidade na rede estadual de ensino.