O luto é um processo natural de sofrimento do ser humano, que acontece diante da vivência ou mesmo da possibilidade de vivenciar uma perda. Estes acontecimentos podem despertar emoções e reações como tristeza, aperto no peito e sensação de vazio. Somadas às demais angústias e desafios experimentados no período da adolescência, além da vulnerabilidade emocional em que muitos se encontram, este é um tema relevante para falar na escola. Destarte, o presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência de promoção de rodas de conversa sobre luto em uma escola municipal do Agreste Pernambucano. Através de escutas individuais e outras expressões de sofrimento relatadas por alunos durante projetos desenvolvidos na escola, foi possível identificar que o luto era um sofrimento recorrente, porém não expressado pelos alunos. Após identificar essa demanda, a psicóloga da escola propôs a realização de grupos sobre a temática, que tiveram mais de 60 interessados em participar. Devido à quantidade de interessados, foram realizados três grupos com média de 20 alunos de anos finais, turmas que receberam a divulgação para o momento. Cada grupo contou com quatro momentos: contrato inicial; psicoeducação sobre luto; compartilhamento de experiências ou outros conhecimentos sobre luto; produção artística sobre o que aprendeu no grupo. Como resultado, foi percebida a adesão dos participantes, tanto durante os momentos de interação do grupo, quanto durante a socialização, nos quais os participantes relataram que o momento foi de grande aprendizado, se sentiram aliviados(as), afirmando que não tinham espaço de fala fora do grupo, e gostariam de novos encontros. Há estudos publicados que indicam demanda e resultados parecidos durante intervenções escolares. Este tipo de experiência enfatiza a importância de inserir psicólogos(as) nas escolas e promover espaços de saúde mental para que a comunidade escolar possa aprender sobre e expressar seu sofrimento.