A Residência pedagógica de Sociologia pela UEPB na escola Ademar Veloso da Silveira no ano de 2022/2023 trouxe uma reflexão sobre a cultura afro-brasileira na sala de aula. Esse resumo tem como objetivo descrever a experiência de se enxergar e trabalhar raça em sala de aula, que sempre foi lei, mas quase nunca vira pauta na prática. Em contrapartida, o que está nos nossos olhares dentro de escolas públicas em bairros periféricos é uma dimensão de comportamentos voltados para o que chamamos de cultura afro-brasileira, isso só não é discutido com frequência. A experiência no Ademar foi de vivenciar linguagens e comportamentos próprios de uma realidade periférica, os alunos levam para a escola ensinamentos de casa e da rua, ensinamentos esses rodeados de elementos sociais muito debatidos dentro da Sociologia, como o modo de falar que tem uma característica repassada de geração para geração. A maioria dos alunos da escola tinham uma linguagem semelhante com gírias para se cumprimentar, conversar, paquerar e estudar. Assim também como suas vestimentas diziam muito sobre eles, a famosa moda periférica, que é a moda negra de resistência e que traz uma autoestima baseada em tênis grandes, casacos de times, assessórios como argolas e riscos nas sobrancelhas. Tudo isso foram linguagens de comportamento encontradas nos alunos da escola, linguagens que diziam quem eles são fora dela. Diante dessas percepções, foi de inteira responsabilidade usar do papel da residência como intensificador de identidades, visto que, a Sociologia estuda a cultura como forma de criação de identidade também.