O artigo aborda a iconografia egípcia através de estatuas presentes em vários museus pelo mundo e seleciona imagens de personalidades femininas pertencentes a elites do poder político e religioso, destacando que essas mulheres usavam grandes cabeleiras de tranças. O artigo propõe que essas imagens podem ser tratadas como uma arqueologia dos cabelos de trançados das mulheres negras na atualidade. Propõe que materiais desse tipo de trabalho iconográfico é uma forma importante de abordar os trabalhos de sala de aula sobre identidade das mulheres negras de uma forma positiva e baseada na história do antigo Egito. A arte egípcia e a história da arte egípcia apresentam um numero elevado de estatuas e figuras que destacam o trançado dos cabelos e os arranjos de cabeça em todos os períodos do antigo Egito. Portanto propicia a formação de um discurso estético sobre as tranças e os usos de cabelos trançados, os arranjos de cabeça, que podem ser considerados como a arqueologia do tema e apresentados nos processos educacionais como parte de sociologia da arte e das identidades negras no sentido da valorização do tema ser mulher negra e ter representação social. O Brasil é resultado da condução política, econômica e cultural de elites autoritárias, de formação eurocêntrica e brancocentrica, formadas no escravismo criminoso e no capitalismo racista e que promoveram condições de grandes desequilíbrios e desigualdades sociais. O racismo antinegro, nas diversas formas, articulou parte significativa das nossas desigualdades sociais e dos problemas urbanos que se proliferam das cidades brasileiras. As formas de condução da produção da história e da cultura nacional reforçaram as premissas do racismo cientifico e produziram a desqualificação social da população negra. A ciência brasileira produziu uma forma brancocentrica e eurocêntrica da sua realização. A ruptura com os paradigmas científicos eurocêntricos e brancocentricos se encontrar em curso baseada nas filosofias africanas e na História Geral da África, sendo uma das fontes dessa mudança o pan-africanismo. O artigo aqui apresentado é conseqüência dessa ruptura de paradigmas e as proposições sobre as ciências humanas tratadas na perspectiva das populações africanas e afrodescendentes.