A categoria narrativa do “autor implícito”, surgida no início do século XX, ainda consegue suscitar debates, principalmente no atual estado dos estudos literários, voltados em parte à figura do autor (a autoficção está na moda). A partir dos estudos de Wayne Booth, Norman Friedman, Gérard Genette e Wolf Schmid, dentre outros, este trabalho busca examinar o autor implícito (também em embate com o autor real e o narrador) como categoria viável dos estudos literários, tentando (a partir da revisão da teoria sobre o assunto e de uma aplicação ao romance Dois Velhos Marinheiros, de Jorge Amado) comprovar que o autor implícito está sempre presente em uma narrativa ficcional, notadamente a partir dos elementos que saem da história para entrar no nosso mundo.