A sociedade brasileira possui suas diversidades e pluralidade étnicas. No entanto, dentro desse contexto, é sabido que a democracia se estabelece apenas para um determinado grupo que se mantem hegemônico no poder e determina quem terá acesso a esse poder. Noutra camada, tem-se a população negra localizada num espaço margeado. As práticas sociais resultantes do racismo estrutural e institucional incidem no bloqueio da leitura e da compreensão textual das(os) estudantes negras(os), assim como quem permanece e abandona o espaço escolar. Diante desse cenário, este trabalho investigou as formas que as práticas educacionais racistas interferem na aquisição da leitura e escrita das(os) estudantes negros, bem como na sua permanência na escola. O embasamento teórico ficou por conta de Eliane Cavalleiro (2001), Nima Lino Gomes (2012), Petronilha Gonçalves (2019), Kabengele Munanga (2003;2022), Quijano (2005), Denise Botelho (2010), entre outras e outros. Adotou-se, para elaboração deste, a abordagem qualitativa, de natureza aplicada, por meio das pesquisas bibliográfica, documental e participante. Tendo em vista corporificar esta proposta, dois estudantes de unidades educacionais distintas, mas da mesma rede de ensino, prefeitura do Recife, foram entrevistados. O letramento para as relações étnico-raciais é imprescindível na preparação do indivíduo negro para que esse exerça efetiva participação na sociedade, sua aplicação precede a compreensão dos prejuízos que o racismo causa a esse grupo, a necessidade de empoderamento dessa população, assim como a aplicabilidade das Leis 10.639/03 e 11.645/08.