A ficção científica, por sua essência, propicia o contato do público com questões científicas, e oportuniza abordagem atrativa de conteúdos formais. Diante do atual contexto de popularização das tecnologias e de maior facilidade de acesso à informação, os estudantes tendem a trazer consigo conhecimentos diversos. Sendo assim, os conteúdos escolares sistematizados podem se apresentar desconectados da realidade e da cultura dos discentes, fato que parece levar ao desinteresse dos mesmos. Nesse sentido, este trabalho é um relato de experiência que objetivou criar e aplicar uma unidade curricular eletiva sobre ficção científica, a fim de integrar de forma interdisciplinar conteúdos de linguagens e de ciências da natureza, buscando tornar as aulas mais atrativas e conectadas com a cultura dos estudantes. A referida experiência se deu em uma escola estadual de estado de Pernambuco, ao longo de 20 horas/aula, contando com a participação de 40 estudantes inscritos, que frequentaram as aulas no primeiro semestre letivo do ano de 2019. Inicialmente foram feitos levantamentos sobre os conhecimentos iniciais dos estudantes, com o intuito de investigar quais saberes eles carregam sobre o tema e o perfil de consumo de obras ficcionais e uso de Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs). Ao longo das atividades foram utilizados livros de ficção científica, além de filmes e vídeos de cultura pop e divulgação científica disponibilizados na internet. Os conteúdos abordados incluem biologia, química, física e astronomia, além de divulgação científica, técnicas de escrita e roteirização e produção de podcasts. Ao final da eletiva foi produzido um episódio de podcast sobre o filme Interestelar, e um livro de contos de ficção científica produzidos pelos estudantes. Esta proposta de eletiva pode também ser expandida para uma carga horária maior ou mesmo integrar uma trilha do novo ensino médio que envolva linguagens, comunicação, ciência e tecnologias.