Uma das funções da poesia é mostrar a perene novidade do mundo e da vida, para José Paulo Paes. Diante disso, vemos sua importância para o desenvolvimento humano, o que torna indispensável trabalha-lá em sala de aula, tanto para deleite quanto para humanizar o indivíduo, conforme postula Antonio Candido, através da reflexão e, portanto, do estímulo à criticidade. A partir destas considerações, este artigo faz uma análise-comparativa entre as postulações teóricas de Sorrenti (2009), Silva (2009) e Pinheiro (2018) sobre o trabalho da poesia em sala de aula e dois livros didáticos, um do 9º ano do ensino fundamental, e outro do 1º ano do Ensino médio. O currículo dos ensinos fundamental e médio, além dos Parâmetros curriculares de língua portuguesa, todos do estado de Pernambuco, foram, para o mesmo fim, analisados. Utilizamos, também, o que Paz (2012) reflete sobre a poesia e o que Eliot (1991) discorre acerca da função deste gênero literário. Feitas as análises, percebemos que, apesar dos parâmetros estarem em consonância com as teorias, o currículo destoa um pouco, colocando sempre as mesmas expectativas em séries e bimestres diferentes, além de que o do ensino médio foca apenas em historiografia literária. Quanto aos livros didáticos, apenas o do 9º ano se propõe a fazer um trabalho produtivo com o texto poético, enquanto o outro se prende a análises superficiais.