O mapeamento de pessoas que apresentam diferentes níveis de compreensão e processamento de informações existe há séculos, sendo utilizados diferentes termos para sua caracterização: oligofrênico, idiotia, retardo, atraso, deficiência mental, deficiência intelectual, debilidade mental. Cada termo traz consigo uma construção dessa realidade, e implicações para a posição desses sujeitos da sociedade. Sabendo disso, este trabalho objetiva identificar as definições de deficiência na psicologia do desenvolvimento, enfocando a psicanálise, a epistemologia genética e a psicologia histórico-cultural. Ao construir esse objetivo, busca-se organizar as informações sobre a deficiência intelectual, auxiliando na construção de estratégias interventivas significativas. A construção dos resultados deu-se através de revisão da literatura (não-sistemática), valendo-se inicialmente dos comentadores, e seguindo para leitura da obra de referência. Na psicanálise encontrou-se o termo debilidade mental, pautando a compreensão dos sujeitos não a partir de critérios cognitivos, mas na posição do sujeito frente ao outro. Nesse sentido, considera-se que o sujeito com debilidade mental não fixa significados, tendo necessidade de constituir estrutura psíquica. Na teoria de Jean Piaget, especialmente nas contribuições de Inhelder, estabeleceu-se o cerne no déficit de raciocínio. Segundo essa perspectiva há aspectos como a viscosidade de raciocínio que impedem o sujeito de estabelecer-se na fase operatória. Por fim, na perspectiva histórico-cultural, postula-se uma diferenciação entre os sujeitos com referente sonoro e situacional, demarcando a linguagem como aspecto central para a compreensão das pessoas com deficiência intelectual. Ao final, percebeu-se a discrepância das teorias, que apesar de concordarem sobre os déficits, os explicando a partir de perspectivas diversas. Contudo, as três, mesmo discordando conceitualmente, enfatizam o local do outro e da interação como fundamentos para a intervenção. Um outro que possibilite a realocação da pessoa da deficiência intelectual para o desequilíbrio, desfossilização. Portanto, indicando um local para as intervenções com essa população, e colocando ênfase aos espaços inclusivos.