Este trabalho discute as relações entre alteridade e estética na Fotografia Expandida, conceito enfatizado por Rubens Fernandes Júnior (2006). As reflexões partem de práticas pedagógicas propostas por uma professora do componente de arte, no Ensino Fundamental, que acontecem em uma escola privada no sul do país durante o ano letivo de 2021. Deste modo, trata-se de uma pesquisa qualitativa (BOGDAN, BIKLEN, 1994). O processo é analisado pela perspectiva dialógica de Bakhtin e o Círculo, a fim de perceber a dialogicidade na estética e nas práxis da fotografia expandida no ensino de arte. É percebido que a fotografia está presente no cotidiano dos estudantes, não demonstram nenhuma dificuldade na captura da imagem ou no manuseio do da câmera do telefone celular. Concomitantemente, por mais que as interferências nas imagens fotográficas sejam comuns nos aparelhos eletrônicos dos estudantes, devido aos filtros disponíveis em aplicativos de fácil acesso, a proposta pedagógica: realizar interferências na imagem fotográfica impressa por meio de tintas e/ou textos verbais, causa estranhamento. Não obstante, pensar a linguagem fotográfica enquanto materialidade artística evidencia que, à uma fotografia, podem ser atribuídos múltiplos sentidos produzidos e/ou reelaborados, pelo sujeito artista/leitor durante o processo de produção. Entende-se que o sujeito é social, e ao relacionar-se com a imagem fotográfica é permeado por sua história e cultura, deste modo, quando elabora um sentido àquilo que vê e/ou produz, elabora uma contra resposta pelas lentes de sua bagagem. Desta maneira, as reflexões que constituem o estudo da fotografia contemporânea como linguagem, no uso real da língua, implicam a relação entre um sujeito e outro sujeito, tal como o modo com que lidam com as diferenças. Percebemos que a práxis da fotografia expandida desafia os estudantes à elaboração de novos sentidos na materialidade artística, tal como, as relações de alteridade refletem na estética desta linguagem.