O presente artigo problematiza o que se compreende por deficiência intelectual (DI), considerando que tal entendimento repercute diretamente no desenvolvimento da prática pedagógica. O estudo tem por objetivo analisar compressões docentes sobre o que caracteriza a condição da deficiência intelectual. A investigação de cunho qualitativo, é recorte de uma pesquisa de doutoramento, que procedimentalmente se caracteriza como um levantamento de caráter exploratório. Participaram do estudo 150 professores das redes públicas de educação do Rio Grande do Norte, sendo municipais, estadual e federal, que atuam em salas regulares e no atendimento educacional especializado. Todos os participantes já atuaram ou atuam com alunos com DI. A deficiência intelectual pode ser entendida a partir de um modelo clínico, que muitas vezes tende a limitar o sujeito e basear a condição em uma perspectiva meramente biologizante, e o modelo social, que busca considerar aspectos sociais e culturas no entendimento sobre a deficiência. As respostas dos participantes apontaram para concepções que caracterizam a deficiência intelectual a partir de limitações, com termos como “abaixo da média”, “lentidão”, “atraso”, “falta” e “dificuldade”, entre outras palavras semelhantes estando sempre em destaque. É possível entender que no plano de fundo das respostas existe muito do modelo clínico de deficiência, assim como mitos e estigmas sobre a condição. É necessário, então, repensar a formação docente, inicial e continuada, de forma que considere um pensamento crítico sobre a condição da deficiência, superando concepções simplórias que desconsideram as implicações sociais da condição, inclusive no que tange a prática pedagógica.