A Estatística como campo de conhecimento ocupa um lugar importante na potencialização do desenvolvimento da compreensão crítica dos estudantes da Educação Básica à Educação Superior, acerca das questões sociais e econômicas que perpassam a realidade social na qual se encontram inseridos, o que se constitui via necessária para o exercício da cidadania. Nesse sentido, sem desconsiderar as dificuldades e limites que cercam o campo da educação escolar, reconhecemos o papel dos docentes como condição imprescindível para o ensino de qualidade dos conhecimentos estatísticos, de forma que possam contribuir para uma formação e prática cidadãs. Esse entendimento nos levou a realizar o estudo que aqui apresentamos, movidos pelos seguintes questionamentos: que determinantes sociopolíticos, educacionais e pedagógicos permeiam a formação e a prática docente atualmente no Brasil? Que ressonâncias e dissonâncias são possíveis ser observadas entre o modo como os professores de matemática são formados e os fatores que afetam as suas práticas? Que aspectos têm possibilitado e ou dificultado um ensino da Estatística com qualidade? O que é necessário para que o professor de matemática possa tornar o ensino da Estatística relevante, significativo e atraente? Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, com o foco na prática docente dos professores de matemática do IFMA, Campus São Luís – Monte Castelo, que atuam no Curso de Licenciatura em Matemática e nos Cursos Técnicos da Educação Profissional e Tecnológica ofertados por este Campus. Os dados foram levantados por meio de entrevistas semiestruturadas, cuja análise se deu pela técnica de análise de conteúdo. As narrativas revelam a importância do letramento estatístico na formação dos alunos em todas as modalidades e níveis de ensino, ao tempo que mostram que há alguns gargalos que se constituem desde a formação inicial dos professores e que se arrastam pelas lacunas da formação continuada.