Este trabalho trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência (RE). O objetivo da pesquisa é refletir sobre a atuação da intérprete de Libras no IF Goiano Campus Urutaí, durante o ensino remoto emergencial nos anos de 2020 e 2021, enquanto acompanhava uma aluna do 3º ano do Ensino Médio Integrado ao curso de Informática e dois alunos recém ingressos no curso de bacharelado em Sistema de Informação. As pesquisas do tipo relato de experiência, ainda hoje sofrem fortes estigmas, visto que alguns desconfiam de seu caráter científico. Apesar disto, os relatos de experiência têm ganhado espaço nas pesquisas da área das Ciências Humanas, por constituírem uma possibilidade de criação de narrativa científica e partilha profissional, sobretudo na Educação. Do ponto de vista metodológico, este relato de experiência está construído com base no roteiro elaborado por Mussi, Flores e Almeida (2021), quando os mesmos afirmam que o relato precisa trabalhar com quatro tipos de descrição das informações: informativa, referenciada, dialogada e crítica. A organização do trabalho foi pensada da seguinte forma: a princípio, foi relatou-se a estrutura da instituição e do trabalho realizado pela intérprete, posteriormente, descreveu-se as medidas adotadas durante o ensino remoto emergencial, sua implantação e organização. Por fim, apresentou-se o relato de experiência da profissional durante sua atuação nesse período: dificuldades, barreiras, métodos e outros aspectos. O relato de experiência apresentado mostra que houve uma sobrecarga de trabalho para a intérprete, que não havia no modo presencial. Também demonstra que, apesar dos esforços da instituição em manter as atividades acadêmicas, não foi possível manter um ensino de qualidade e que presasse pela inclusão, de modo que por muitas vezes os alunos surdos acabavam prejudicados.