O presente trabalho tem a pretensão de analisar as práticas didático-pedagógicas de educação antirracista, à luz das leis 10.639/2003 e 11.645/2008, utilizadas no Clube de Leitura do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas – NEABI – do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, campus Buriticupu, durante a pandemia de Covid-19. Temos como foco pensar como historiadores tentam conciliar as exigências da objetividade do fazer científico com a necessidade de reinterpretar o passado à luz do presente e suas urgências (FARGE, 2011) e refletir sobre o ensino a partir da pesquisa (FREIRE, 2019) em uma perspectiva da categoria político-cultural de amefricanidade (GONZALEZ, 1988) e colonialidade do poder (QUIJANO, 2005). Neste aspecto, iremos discorrer sobre experiências ocorridas em 2020. Os encontros aconteceram de maneira remota, pelo meet e youtube, com a equipe multidisciplinar/interdisciplinar de professores do campus, com neabinas e neabinos que são membros permanentes do Núcleo, com intelectuais negros convidados e a comunidade externa. Basicamente, queremos problematizar as formas de leitura, de recepção e apropriação dos textos debatidos: artigo científico, livro e fotografias, evidenciando a relevância de estudar história e cultura afro-brasileira em contexto de pandemia e ensino remoto, e interagir com autores negros do Maranhão. Como resultado temos a reflexão sobre a educação e exclusão na pandemia, a promoção de ambientes virtuais para difusão do conhecimento, com atenção à cultura, aos princípios e fundamentos da educação antirracista e a ética democrática.