O presente texto visa refletir sobre o papel da mediação, uma categoria que vem sendo amplamente discutida como uma abordagem pedagógica na relação aluno-professor, utilizando-a como uma ferramenta de ensino e, em particular, no Ensino de Química, no contexto da educação básica, técnica e tecnológica. Deste modo, este estudo apresenta os relatos de experiência de dois licenciandos na área mencionada acerca da mediação enquanto um importante papel no processo geral de aprendizagem de alunos, público alvo da Educação Especial Inclusiva e, mais especificamente, de aluno com transtorno do espectro autista (TEA). Segundo SFORNI (2009), a perspectiva interacionista de Vygotsky consiste na mediação como auxiliar o sujeito no desenvolvimento cuja ação ainda não consegue realizar de maneira autônoma. Assim, o psicólogo interacionista nos propicia compreender que a mediação em relação a um aluno com necessidades específicas auxilia a estabelecer uma ligação entre ele e as suas relações e percepções sociais, uma vez que as atribuições de mediador (a) não estão restritas somente ao apoio ao docente, mas como um sujeito intermediário no processo cultural de aprendizagem. O relato vivido pelos licenciandos discute e desmistifica preconceitos relacionados à Educação Especial, cuja modalidade deve se basear na perspectiva da inclusão, onde é possível verificar que investimentos teóricos na formação inicial de professores de Química, orientação e acompanhamento de seu respectivo percurso formativo sustentam a possibilidade de acesso e ressignificação do conhecimento científico tanto do aluno quanto do licenciando, onde o ponto de intersecção visa estabelecer entre o sujeito neuroatípico e o ambiente educacional uma relação democrática, de equidade e potencialmente promotora de autoconhecimento e conhecimento acerca da realidade e acesso aos bens científicos e culturais produzidos pela humanidade.