A pesquisa consiste em analisar os processos que envolveram a construção do Patrimônio artístico e cultural religioso no Brasil durante o período colonial, descrevendo os elementos artísticos e arquitetônicos produzidos no século XVIII, com a contribuição do Negro. O estudo buscou analisar os conteúdos que giram em torno dos enlaces entre obra de arte e sociedade, mantendo o diálogo interdisciplinar, unindo os vários aportes teóricos que viabilizaram os objetos artísticos que expressam as formas de viver dos antepassados. E para tal o objeto de estudo em questão levou em consideração os eventos devocionais, festivos, o mecenato colonial, a iconografia, o convívio social, as manifestações da fé e a conseqüente religiosidade. Os resultados evidenciaram que a arte promovida pelos negros (escravos ou libertos) esteve, durante o período colonial, submetida aos cânones estéticos dos modelos eruditos europeus, e por outro lado teve seu conteúdo rigidamente ordenado pelos preceitos da contra-reforma católica. E para tal a discussão apresentada buscou auxiliar no preenchimento de uma lacuna historiográfica ao levantar o questionamento de que as técnicas construtivas africanas também contribuíram para edificação das igrejas, da ornamentação, da pintura e escultura religiosa brasileira, uma vez que é notório que a historiografia da arte brasileira tenha negligenciado esses artistas cuja contribuição e indiscutível. E por concluir a discussão o presente estudo esta voltada acima de tudo na incumbência de dar visibilidade para a presença, comumente silenciada, do artista afro-descendente na história da arte brasileira, tomando como base o período colonial, que foi de grande manifestação artística, devido descoberta e a corrida em busca do ouro.