A popularização do conhecimento acerca do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um dos possíveis fatores responsáveis pelo crescente índice de diagnósticos. Atualmente, uma das principais formas de propagação de informações sobre o autismo na sociedade é a sua representação em filmes e séries. Entretanto, as ideias apresentadas por esses meios comunicativos podem estar incompletas ou imprecisas, apresentando o autismo, muitas vezes, de forma estereotipada. Ressaltando a necessidade do protagonismo de pessoas autistas e tendo como base a definição de autismo explicitada no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5), o presente estudo objetivou analisar relatos de jovens e adultos autistas, publicados no Instagram de janeiro a dezembro de 2021, sobre a representatividade do TEA em filmes e séries. Trata-se de uma pesquisa de análise documental e coleta de dados públicos de rede social. Para tal, 68 perfis foram analisados e tiveram suas publicações transcritas e submetidas à Análise de Conteúdo de L. Bardin. Com a colaboração de três juízes, o conteúdo coletado foi organizado em duas categorias: Críticas à representação estereotipada de personagens autistas e Contribuições identitárias e sociais do protagonismo de personagens autistas. Em seguida, com o objetivo de ampliar a análise, o corpus foi submetido ao programa IRaMuTeQ. Por meio de uma Nuvem de Palavras, os termos elencados foram organizados e agrupados graficamente em função de sua frequência. Espera-se que a sistematização das informações contidas neste trabalho possa levantar a discussão de como a mídia pode, por um lado, contribuir para divulgar uma imagem caricaturada das pessoas diagnosticadas no TEA (homens, brancos, com inteligência acima da média), e, por outro, pode ser um canal identitário e fortalecedor do sentimento de inclusão e de pertença de pessoas autistas na sociedade.