Neste trabalho de aporte teórico busco apresentar algumas reflexões que constituem a base da pesquisa que pretendo desenvolver no doutorado, em uma perspectiva sensivelmente distinta de ensino e aprendizagem sobre a natureza em relação a que é comumente adotada em nossas escolas. Considero coerente esclarecer que são movimentos iniciais em direção a um processo de investigação e maturação das ideias. Adoto como referencial epistemológico, a fenomenologia, que apresenta- se como a disposição de envolvimento com o mundo da experiência vivida. Uma de minhas principais inquietações surge em relação ao aprender sobre a natureza e materializa-se na questão central que norteia este ensaio: Qual o papel do afeto no aprender sobre natureza? Aprender sobre a natureza, sobre a vida em suas distintas formas, sobre as espécies que partilham conosco esse planeta, sobre nós mesmos como espécie, parte integrante de um sistema interdependente nos desperta questões. E aqui explicito o objetivo central deste ensaio (ainda que em condições embrionárias), pensar no aprender sobre a natureza considerando o “sentir” para além do “entender”, como possibilidade de uma aprendizagem que construa pontes para o autoconhecimento e a reconexão do ser (espécie humana) a natureza da qual faz parte, em uma concepção para além da razão, atributo tão valorizado no ensino de ciências.