ALMEIDA, Cíntia Borges De. . Anais VIII CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2022. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/88880>. Acesso em: 13/11/2024 08:00
O presente trabalho analisa, via o campo da História da Educação, o debate sobre o combate ao analfabetismo e o lugar do sujeito não letrado no contexto da comemoração do Centenário da Independência do Brasil, em 1922. Para tanto, a partir de uma análise documental, que privilegiou documentos jornalísticos, com discussões político-educacionais sobre a educação da população para o projeto de nação em vias de desenvolvimento e modernização, estebeleceu-se diálogo com um referencial teórico para pensar a formação civilizatória “nacional”, bem como as estratégias discursivas para legitimar um modelo de sociedade. Partindo deste pressuposto, destaca-se o uso dos conceitos de discurso e de governo (FOUCAULT, 1996, 2004), do alfabeto, do analfabeto e do ignorante (FRAGO, 1993; SOARES, 1996; SILVA, 2015). Bem próximo às discussões de 1922, que privilegiavam os debates sobre as comemorações do Primeiro Centenário da Independência, pouco se discutiu sobre cidadania e democracia para os sujeitos da “Pátria Amada Brasil”. Ao se problematizar o sentido de democracia e as estratégias educacionais no contexto de 1922, bem como em 2022, é fundamental denunciar a mercantilização do ensino, as políticas excludentes e homogeneizadoras, as subjetividades que seguem impedindo a autonomia dos sujeitos, ao contrário, que fazem reverberar técnicas de si para o aprisionamento individual e coletivo.