Freire (1987), Butler (2014) e Bourdieu (2019) centram-se na perspectiva das convenções sociais que operam normatizações e regulações de corpos, crenças e viveres, culminando em atos de preconceito, discriminação, opressão e instauração de estereótipos. A autora e os autores propõem, também, uma reflexão dialógico-crítico-libertadora, a fim de que sejam reconhecidos e compreendidos os mecanismos que constituem as violências contra as diversidades. Paulo Freire (1987) defende que não basta que a pessoa oprimida reconheça sua posição de submissão frente à opressora. É necessário que haja uma compreensão sistêmica e compartilhada acerca dos processos de dominação, possibilitando a identificação dos dispositivos que se retroalimentam. Diante de tal contexto é que surge a proposta das (desin)formações para docentes e as quais figuram como experiência a ser relatada neste presente relato. Utilizando da metodologia dos grupos operativos de Pichón-Rivière (CASTANHO, 2012), os encontros buscam estimular o compartilhamento e a entrega grupal fazendo uso dos sentidos e “percepções humanas[,] importantes sinalizadores para as escolhas e decisões que constroem a história de vida” (BALDISSIN, 2014, p. 14), os quais traduzem-se em experiências individuais e potenciais no caminho da desconstrução.