O texto relata uma experiência de tematização do futebol de rua realizada junto a uma turma do 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública de Guanambi (BA). Tem como objetivo compartilhar encaminhamentos pedagógicos em face do racismo emergido na prática da referida manifestação corporal. Com base no currículo cultural da Educação Física, que se propõe a qualificar a leitura da ocorrência social das práticas corporais, as ações produzidas visaram à problematização dos enfrentamentos de pessoas negras e à desestabilização de condutas racistas imbricadas na vivência do futebol de rua. Embora resistentes inicialmente, a maioria do(a)s aluno(a)s demonstrou satisfação quanto à desnaturalização de discursos que o(a)s afetam. Conclui-se que validando lutas de grupos historicamente inferiorizados, como é o caso dos povos negros, o currículo cultural potencializa outras formas de pensar e de agir, viabilizando atitudes éticas.