Este artigo tem por objetivo apresentar as discussões de análise das memórias e dimensões (auto)formativas que pessoas com deficiência visual (re)significaram ao longo de suas vidas (pessoal e profissional). As narrativas foram coletadas através de entrevista estruturada e participaram do estudo cinco pessoas com deficiência visual. As narrativas foram analisadas a partir da Teoria da Autodeterminação (RYAN; DECI, 1982) e a perspectiva sócio interacional dos discursos seguindo as categorias estrutural laboviana(LABOV, 1972) o qual elaboramos um Esquema de organização das narrativas autobiográficas e que passamos a analisar. Pode-se concluir através da identificação das narrativas, segundo segundo as categorias estruturais de Labov (1972), a existência de quatro categorias centrais e dominantes na construção das memórias: a família, a escola, a deficiência e a profissão. A pessoa com deficiência possui diversos fatores motivacionais com vistas à superação dos desafios enfrentados ao longo da vida escolar/acadêmica e profissional, sendo a família a principal fonte de apoio de manutenção das motivações e sentidos de autonomia e competência; depois, surge o ambiente escolar como ambiente provedor do sentido de pertencimento e da ampliação dos vínculos sociais, seguido da vida acadêmica em nível superior, trazendo os desafios de acessibilidade e de adaptação que auxiliaram no desenvolvimento de estratégias para a manutenção da motivação do sujeito em relação a si mesmo e ao curso.